Voltando ao curso de jornalismo na semana passada, na aula de Redação Jornalística III o meu caríssimo ex/futuro professor Alexandre Pereira (alterego de Alexandre Brito) nos fez um pedido super cliché, que escrevêssemos sobre as nossas férias, mas de uma forma inusitada. Após bater cabeça por pensar que eu estava sem inspiração para tal comecei a escrever um texto que após 35 linhas ainda não tinha saído do primeiro parágrafo. Quase no final da aula, o professor interrompeu a atividade e pediu que cada aluno trouxesse na próxima aula uma música que servisse de trilha para o texto que havia sido criado.

A próxima aula chegou e eu não havia escolhido a trilha sonora do meu texto. Entretanto, quando chegou a minha vez eu já sabia qual seria a música que melhor cantaria minhas férias de dezembro, a música "O Vento", dos Los Hermanos. A escolha veio de forma natural, por saber qual o conteúdo da letra e pela comoção que ela me causa. Ela sempre me faz lembrar das inúmeras horas que passo pensando, mesmo que não haja tempo real para isso. Me remete a convicções, reflexões, pessoas, lugares e aromas. Mas, a sua maior glória é de me atentar para a simplicidade da vida e para a simplicidade que devo e exercito ser em todos os meus dias.




07. o vento
(rodrigo amarante)

posso ouvir o vento passar
assistir à onda bater
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver
eu pensei que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar.
um século, um mês
três vidas e mais
um passo
pra trás?
por que
será?
...
vou pensar.




como pode alguém sonhar
o que é impossível saber
não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva!
não sei mas sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer
e isso por quê?
(diz mais)
ú
se a gente já não sabe mais
rir um do outro, meu bem
então o que resta é chorar
e talvez
se tem que durar
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
um século, três,
se as vidas atrás são parte de nós
e como será? o vento vai dizer lento o que virá
e se chover demais a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois sorrir em paz.
(só de encontrar...)



Lianah Himura